Apoios públicos<br>aos lucros privados
No dia 3, o Governo anunciou um «plano» de apoio ao sector automóvel, no valor de 900 milhões de euros. Federações patronais do têxtil e vestuário (Fitvep e ATP) reclamaram um programa especial para o sector. Também a Antram veio, sexta-feira, reclamar medidas fiscais e laborais para os transportes rodoviários de mercadorias.
A propósito deste último sector, a Fectrans/CGTP-IN colocou, no dia 5, algumas pertinentes questões, nomeadamente: se a associação patronal pede apoio para todas as empresas, ou só para aquelas que cumprem as suas obrigações para com o Estado e os trabalhadores; e se é verdade, ou não, que o sector fica anualmente com milhões de euros, que deveriam entrar nos cofres do Estado. Com o bloqueio patronal às negociações, desde 1997, «há milhares de motoristas com um salário que não chega a 500 euros», o que leva a federação a perguntar «quem é que está em crise». Acusa ainda as empresas de fazerem «pagamentos ilegais», que constam nos recibos de remuneração como «ajudas de custo», embora possam atingir valores superiores aos salários. «Tendo o Governo e outras entidades conhecimento deste escândalo, a maior parte das empresas continua a ter o mesmo procedimento», protesta a federação.
Um caso de fartos apoios públicos, cujas contrapartidas não foram respeitadas, voltou a ser denunciado sexta-feira, em Setúbal, pelos trabalhadores despedidos da Gestnave e da Erecta, num folheto que distribuíram à população. Em 1997, recordaram, a Lisnave recebeu mais de cem milhões de contos (500 milhões de euros) do Estado, obrigando-se a manter 1339 efectivos, ao fim de dez anos. No final de 2007, tinha apenas 300 e, mesmo assim, o Governo preferiu despedir mais de 200, que integravam a Gestnave e a Erecta e deveriam passar à Lisnave. Num novo «acordo de princípios», esta aceitou contratar (para uma empresa de trabalho temporário!) 140 daqueles trabalhadores, até Abril de 2008, e 200 até Dezembro. Apenas foram contactados 113 e os membros dos ORTs ficaram de fora.
A propósito deste último sector, a Fectrans/CGTP-IN colocou, no dia 5, algumas pertinentes questões, nomeadamente: se a associação patronal pede apoio para todas as empresas, ou só para aquelas que cumprem as suas obrigações para com o Estado e os trabalhadores; e se é verdade, ou não, que o sector fica anualmente com milhões de euros, que deveriam entrar nos cofres do Estado. Com o bloqueio patronal às negociações, desde 1997, «há milhares de motoristas com um salário que não chega a 500 euros», o que leva a federação a perguntar «quem é que está em crise». Acusa ainda as empresas de fazerem «pagamentos ilegais», que constam nos recibos de remuneração como «ajudas de custo», embora possam atingir valores superiores aos salários. «Tendo o Governo e outras entidades conhecimento deste escândalo, a maior parte das empresas continua a ter o mesmo procedimento», protesta a federação.
Um caso de fartos apoios públicos, cujas contrapartidas não foram respeitadas, voltou a ser denunciado sexta-feira, em Setúbal, pelos trabalhadores despedidos da Gestnave e da Erecta, num folheto que distribuíram à população. Em 1997, recordaram, a Lisnave recebeu mais de cem milhões de contos (500 milhões de euros) do Estado, obrigando-se a manter 1339 efectivos, ao fim de dez anos. No final de 2007, tinha apenas 300 e, mesmo assim, o Governo preferiu despedir mais de 200, que integravam a Gestnave e a Erecta e deveriam passar à Lisnave. Num novo «acordo de princípios», esta aceitou contratar (para uma empresa de trabalho temporário!) 140 daqueles trabalhadores, até Abril de 2008, e 200 até Dezembro. Apenas foram contactados 113 e os membros dos ORTs ficaram de fora.